terça-feira, 17 de abril de 2012

AULA 2 - BREVE ENTEDIMENTO DE SEMIÓTICA E OUTRAS QUESTÕES

Queridos e queridas, como vão?

Bom, para elaborar a identidade visual de uma instituição/entidade, é necessário entender sua problemática, seus questionamentos, suas mais diversas variáveis e sintetizar em algo que possa ser traduzido em um símbolo, ou, mais especificamente, em um símbolo ou tipologia (mas no universo da filosofia semiótica se percebe  esses dois elementos como sendo um símbolo). Para que isso se torne mais claro na mente do realizador de uma identidade visual, vale lançar mão de um aparato semiótico, que cuida de entender os processos de significação.

O QUE É SEMIÓTICA?

Como dito no parágrafo inicial desse post, a semiótica é uma corrente de discurso científico que investiga e discute sobre os processos de significação, ela intenta descobrir como ocorrem as percepções de sentido de um determinado fenômeno.

Pode ser encarada pela ótica de diferentes teóricos dessa filosofia científica, há, por exemplo a semiótica de Ferdinand Saussure, que tenta investigar as significações no campo das produções linguísticas; a semiótica russa, que dialoga sobre alguns aspectos culturais e suas significações; a semiótica tensiva de Greimas; e há também a semiótica de Charles Sanders Peirce, sendo que essa última é a que nos fornece subsídios para o que iremos discutir.

Peirce propõe que há uma relação triádica entre a concepção de uma ideia que transmitirá um significado. Nessa relação há os elementos: objeto, signo e significado.

OBJETO
O objeto é o que causa referência para que se elabore algum signo que o representará de algum modo. No caso da elaboração de uma identidade visual, o objeto é encontrado na experiência que o designer tem com o cliente, o conhecimento da entidade em questão, seus concorrentes (caso existam), seu público-alvo, suas diversas problemáticas. Essas informações do universo referente são encontradas no briefing, de algum modo, para o designer, o local onde ele encontra o objeto referente está no briefing.

SIGNO
O signo é a elaboração de um código que representará aquele objeto referente, no caso do designer é a identidade visual em si, aquilo que foi pesquisado e identificado no briefing, se transforma em um signo. Em resumo o signo é tudo aquilo que carrega um significado.

SIGNIFICADO ou INTERPRETANTE
O significado é aquilo que o espectador capta e interpreta do signo, são as ideias e representações que o leitor realiza sobre a identidade visual. Muitas vezes imaginamos que o signo representa fielmente o objeto referente, quando não ocorre isso necessariamente. É fundamental entendermos que o objeto é um, o signo é outro e o significado é outro, que podem (e no caso da árdua tarefa do designer isso é um dos deveres que ele intenta) se relacionar, mas não quer dizer que há uma margem de segurança forte o suficiente para garantir que isso ocorra.





EXEMPLO  FICTÍCIO DA RELAÇÃO TRIÁDICA DE PEIRCE EM UMA CONHECIDA MARCA


O logo com as 3 listras foi usado pela primeira vez em 1949, e foi criado por Adi Dassler (reparem no nome dele), fundador da Adidas, empresa que nasceu com o intuito da produção de calçados esportivos.


Dassler criou esse símbolo para aplicar nos calçados e causar imediato reconhecimento nos consumidores. As 3 listras, representam uma montanha. Apontando para cima, representam também o desafios e os objetivos à serem alcançados.

Desse modo, o objeto referente dele é a própria montanha (que, ao sabermos disso podemos até identificar na logo); o signo é o desenho geométrico de três listras elaborado; e o significado é aquilo que um espectador elabora em sua mente ao ver essa imagem, que pode ser o significado originalmente intencionado por Adi, ou não.

CATEGORIAS SIGNO

ÍCONE
Quando um signo se relaciona com o seu objeto por ser semelhante a ele, ele é chamado de ÍCONE. Por exemplo: o desenho de maçã se parece com uma maçã, logo, é um ícone da maçã.

ÍNDICE
Quando um signo se relaciona com seu objeto através de um elo factual, ele é chamado de ÍNDICE. Um pedaço da maçã, um caroço por exemplo, necessitou pertencer à maçã, isso é um fato, logo é um índice da maçã.

SÍMBOLO
Quando um signo se relaciona com seu objeto a partir de uma convenção cultural, ele é chamado de
SÍMBOLO. A maçã em si, ou seu desenho, ou sua foto, a imagem dela de maneira geral, pode causar a significação de uma história infantil, um mito religioso, ou, até mesmo, uma empresa; isso só ocorre se o público conhecer isso, se compartilhar desse valor cultural.

Em breves esse post será atualizado com mais informações.

Um comentário:

  1. Bom rever alguns assuntos no blog dessa forma, acaba por concluir a associação na cachola. Tem coisa que a gente aprende, não esquece mas também não lembra! Valeu!!

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